"Não falta quem já considere a blogosfera como o quinto poder" (Vital Moreira, Colunista, Público)

Segunda-feira, 10 de Julho de 2006

Uma aventura no trânsito...

 

ou “A autoridade policial”

 

Já eram 17.15 horas quando passei pelo trabalho da “menina dos meus olhos” para a apanhar e irmos direitinhos ao nosso “lar, doce lar”. Começámos a descer a avenida que vai em direcção à rotunda do hospital de Faro. Assim que chegámos ao cruzamento que se encontra à frente do “Papa 24”, o semáforo mudou de cor. Esperámos... não muito tempo. Quando acendeu o verde, arrancámos e continuámos a descer a avenida, lentamente... muito lentamente... até que parámos. Durante uns vinte minutos, estivemos num pára e arranca até conseguirmos chegar ao cruzamento seguinte onde se encontra um outro semáforo... Foi nessa altura que descobri que na rotunda do hospital estava um polícia a controlar o trânsito para que esse fluísse mais rapidamente (!!!)

 

A luz vermelha deu lugar à verde e eu percebi que se avançasse ficávamos parados no meio do cruzamento, em cima de uma “rede” que pintaram no chão. Esperei um pouco... não foi preciso muito para ouvir imediatamente um coro de buzinas - “está sogadinho moce... tem lá calma contigo!” – pensei eu! Assim que pude avancei para imediatamente parar, ainda com a nossa traseira (salvo seja... a do carro), em cima da dita rede. O “amigo impaciente e tocador de buzinas” colou-se ao nosso carro, ficando no meio do cruzamento. Outro coro de buzinas... reparei então que agora era o “meu amigo músico” o alvo de tal sinfonia... “oh amigo... podias aprender que a impaciência leva-nos a fazer coisas que não gostamos que nos façam a nós” – pensou novamente este pechanense.

 

Avançámos outros três metros e parámos... avançámos um pouco mais porque entretanto o condutor da frente teve a feliz ideia de mudar de faixa... finalmente chegámos à rotunda e aí, por ordem do senhor agente da autoridade tive que parar, claro está, imediatamente antes da passadeira. Ali ficámos algum tempo a ver o polícia apitando e gesticulando para que na rotunda os carros andassem depressa.

 

Tudo isto foi interrompido por uma apitadela mais forte e a ordem para que parasse o trânsito na rotunda... só que um condutor “mais distraído” não parou... o senhor agente irritado apitou com quanta força tinha... tirou o apito da boca e foi em direcção do condutor, que entretanto parara... apontou para este “importante instrumento policial”... apontou para si... os seus lábios movimentavam-se aceleradamente... o condutor desfez-se em “mil e uma” desculpas... o senhor agente da autoridade colocou o seu dedo em riste e, finalmente, mandou o “prevaricador” seguir. Depois disto veio em direcção a nós fazendo sinal para avançarmos.

 

“Até que enfim...” – disse eu. Assim que arranquei tive que imediatamente colocar o pé no travão por causa de um peão que decidiu, nesse preciso momento, atravessar a passadeira. Mais uma vez o senhor agente da autoridade, zangado, apitou com quanta força tinha... tirou o apito da boca e foi em direcção da senhora idosa (que lentamente atravessava a zebra que lhe dava “prioridade” em relação aos carros), colocou as mãos à cintura... apontou para o apito... apontou para si... com o seu dedo em riste, movimentou os seus lábios de uma forma vertiginosa... a senhora, sem parar, foi retorquindo, ora encolhendo os ombros, ora apontando para a passadeira, deixando (literalmente) o senhor agente da autoridade a falar sozinho... Este, num gesto irritado, atirou os braços ao ar, dirigiu-se para a sua moto, e foi embora.

 

Foi nessa altura que eu percebi que o espectáculo tinha acabado. Assim que tive oportunidade, fui, eu mais a “minha mais que tudo”, direitinho para casa.

 

 

sinto-me:
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escrito p/ pechanense às 13:27
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8 comentários:
De A. Carvalho a 10 de Julho de 2006 às 21:01
Palavras para quê? Agora multiplica este espectáculo por uma infinidade de outras situações que estes "actores" nos proporcionam... e os episódios do "Mister Bean" ficam a anos luz de terem alguma graça:) Um Abraço para o meu caro amigo.
De padeirinha a 11 de Julho de 2006 às 10:39
Para já quando há policia a substituir um semáforo...triplica o caos! Tenho uma amigo que quando entra nessa confusão, e não é músico!, pôes-se a tocar gaita!
De Elsita a 11 de Julho de 2006 às 12:48
Oh meu bom amigo e conterrâneo, só se eu não conhecesse essa rotunda, essa avenida e todos esses semáforos...acho que até o polícia, eu conheço, aliás se não fôr esse é um outro ..... igual!O trânsito em faro é caótico, isso não é novidade para ninguem...!!Então e os estacionamentos???? então e o..... então e a ... e o outro e isto e aquilo?!??!? Faro, infelizmente não é exemplo para ninguem!Está melhor, está melhor, mas longe de ser tomado como exemplo. Porem convenhamos, e vejam a retirada para casa como uma aventura!!!!E deixo uma sugestão, antes dessa aventura podem sempre parar na minha casa e tomar um cafézinho, e voltam e a fila ainda está no mesmo sítio! rssss. Boa semanita AH! É bom salientar que apesar de tudo considero que faro, como capital está muito atrasada, mas noutro ponto de vista esse atraso até dá alguma qualidade de vida, pois Lisboa por exemplo seria incompatível comigo, lá perdem-se anos de vida...digo eu!!!!!!!!
De PDivulg a 12 de Julho de 2006 às 09:12
Que pena o espectáculo ter acabado até estava divertido!
De JOINCANTO a 12 de Julho de 2006 às 15:52
Anda tudo assim tão nervoso por terras dos Algarves? Deve ser por causa do futebol...lol
Abraços.
De js a 13 de Julho de 2006 às 13:56
... Quando o urbanismo não planeia as questões de trafego... e as vias são o resultado de emendas e nunca de um plano devidamente elaborado... esse é um dos resultados possiveis...FORÇ'AÍ!
js de http://politicatsf.blogs.sapo.pt
De Balzakiana a 13 de Julho de 2006 às 15:47
OH meus amigos! Antigamente só havia polícias a comandar o trânsito, e a coisa funcionava, com os célebres Sinaleiros, ou Cabeça de Giz ( usavam um chapéu branco que parecia um pau de giz.
Em Coimbra, lembro-me de um sinaleiro a quem chamavamos o «bailarino»; com ele o trânsito andava lindamente.
O problema é que, penso eu, nem as pessoas conhecem os movimentos de braços da polícia e, se calhar, nem eles os sabem fazer convenientemente. Habituámo-nos aos semáforos.
É quase como os miúdos que só usam máquina de calcular.... cálculo mental «népia»
De touaqui a 19 de Julho de 2006 às 21:47
Sim senhor uma hist´ria verdadeira digna de se dar a conhecer, mas afinal o policia estava ali para facilitar o transito ou para dar música aos automobilistas, conheci o policia sinaleiro bailarinho, esse e mais alguns e lembro-me bem da boa disposição dos mesmos a dirigir um transito, que nem na altura é como hoje, mas tinham sempre um sorriso gratificante para quem se dirigia ao trabalho ou saia do mesmo, não deixando os automobilista na época do Natal de lhes agradecer a sua atenção e a boa disposiçaõ, hoje com sinais ou sem sinais é o que sabemos, stress e mais stress para a falta de educação de certos condutores, os reis da estrada.

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